Elevadores do NAeL "Minas Gerais"

Com a inserção no mercado de kits do avião S-2 Tracker escala 1/48 pelas empresas Kinetic e Italeri, recebí uma solicitação de um colega sobre as medidas e marcações dos elevadores do NAel "Minas Gerais", do que de posse desses dados as mesmas poderiam ser convertidas a mesma escala dos aviões ( kits citados ) e criar bases com retratação dos modelos como os P-16 da Marinha do Brasil sobre os elevadores.

O Nael Minas Gerais tinha dois elevadores e resolví focar no de vante , a medida dele era de 13,70 metros X 10,40 metros.

Os P-16 Tracker operaram no navio até 30 de Dezembro de 1996.
Nessa época me consta que o entorno dos elevadores era uma "zebra" em amarelo e vermelho:




Repare que o elevador de vante tem uma faixa de transito enviezada passando por cima, em branco e vermelho, e tbm parte de arco de círculo de um dos helipontos.

Chamo a atenção a um detalhe: os elevadores tinham um sistema de proteção com balaustrada de hastes metálicas em peça única, para proteção de pessoal, para evitar que caíssem.
Quando o elevador estava todo na sua posição alinhada com o convôo, esta balaustrada estava recolhida. Se o elevador se movimentasse para baixo, a balaustrada se projetava para fora. Se o elevador estivesse recolhido e começasse a subir, a balaustrada se recolhia.
Veja algumas fotos para entender:





Aqui com um P-16: elevador embaixo e balaustrada para cima. Veja que ela tbm era pintada em "zebra", vermelha e amarela, até o período pelo menos, que haviam os P-16 a bordo. Essa pintura veio a mudar com o tempo.

Aqui uma panorâmica do navio: estão visíveis à distância os dois elevadores, alinhados com o nível do convés. Repare que as balaustradas dos elevadores estão recolhidas, o que deixa o convés de vôo livre.

Outro detalhe a atentar sobre os elevadores.

As aeronaves quando estacionárias em um porta-aviões precisam ser presas ao convés para que não deslizem em alguma direção em função dos balanços do navio.
O ponto de apoio no piso dos navio são peças de formato redondo, com cruzetas, onde se passam correntes ou cabos, que vão ligar a aeronave ao piso do navio.Essas peças se chamam de BÚRICAS e ação de prender a aeronave ao navio, com correntes, se dá o nome de PEAR a aeronave( assim tbm vale o termo para prender outros equipamentos, com cordas, cabos de aço, ou outros ) Os elevadores do Nael Minas Gerais tinham essas búricas, mas eu não consigo mostrar isso em fotos com muita clareza, no máximo posso trazer alguma informação visual constante em navios irmãos de classe, que podem dar melhor noção dessas peças.

Veja nessa foto do HMAS Melbourne, como as aeronaves estão presas, fiz uma seta em vermelho mostrando as correntes de peação, e em azul apontei búricas que são distribuídas por quase todo convés de vôo:

Nesta foto do HMAS Melbourne, temos um zoom no elevador de vante.

Veja apontado em vermelho, são duas colunas de búricas.



Aqui outra foto do mesmo navio, e tbm o elevador de vante ( a presença da tropa sobre o elevador prejudicou a visão da segunda coluna de búricas ):

Deixo um pequeno esclarecimento para que alguns colegas não estranhem: apesar de que o Nael Minas Gerais tenha sido original da classe Colossus e o HMAS Melbourne da classe Majestic, essa última classe tinha apenas algumas melhorias com relação aquela outra, mas no geral eram bem idênticos na época de suas construções.
Abs: Marcus Silva

Aqui exemplo de uma búrica de porta-aviões americano, cruzeta de 5 pontas:



A cruzeta do Minas Gerais eu acredito que tenha tido apenas 4 pontas.

Foto do elevador de ré do "Minas Gerais", veja as búricas apotadas em vermelho: