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 Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos

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Marcus Silva

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MensagemAssunto: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitimeQua Ago 15, 2012 12:21 am

Vejam o vídeo sobre andamento das obras de Itaguai, estaleiro da Marinha que fabricará os 5 novos submarinos com planos adquiridos da França, sendo destes 5 o casco do projeto do submarino nuclear e os restante 4 serão convencionais.



https://www.youtube.com/watch?v=0W4T6VJaMX0


Mais um passo está sendo dado para avançar na nacionalização de equipamentos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), acertado em 2008 entre o Brasil e a França. A francesa DCNS, que tem contratos com a Marinha do Brasil para construir os submarinos, acertou parceria com a Progen, da área de serviços de engenharia. Pelo acordo, a Progen atuará como elo entre as empresas nacionais e a DCNS. O trabalho inclui a seleção de fornecedores e a preparação e o acompanhamento de contratos com as companhias que vão fornecer produtos para os submarinos.
As empresas nacionais estarão disputando € 200 milhões em contratos de equipamentos para os submarinos do Prosub. Eric Berthelot, diretor-presidente da DCNS do Brasil, disse que não há percentuais de conteúdo nacional definidos para os submarinos, mas sim valores fixados para compra de bens nacionais. Serão € 100 milhões em compras para quatro submarinos convencionais e mais € 100 milhões para um submarino de propulsão nuclear do Prosub.

O Prosub prevê a transferência de tecnologia para quatro submarinos convencionais S-BR do tipo Scorpène e para o casco do submarino de propulsão nuclear. O programa também inclui apoio dos franceses para instalação de uma base naval e de um estaleiro de construção naval em Itaguaí (RJ). O programa, orçado em € 6,7 bilhões, será desenvolvido em prazo de 15 anos a contar de outubro de 2009. O primeiro submarino está previsto para ser entregue em 2017.

Berthelot afirmou que a DCNS visitou 200 empresas brasileiras de diferentes portes e categorias tecnológicas. “Desse total, 100 estão pré-qualificadas para atender produtos a serem utilizados na construção submarina”, disse Berthelot. A lista poderá aumentar a partir do trabalho da Progen. “Vamos ajudar a DCNS em todo o ciclo de compras, desde a identificação dos fornecedores locais até a contratação, incluindo a verificação documental, a análise de leis e o acompanhamento do cumprimento dos prazos contratuais acordados“, acrescentou Eduardo Barella, diretor-presidente da Progen.

Segundo ele, nesse trabalho a empresa vai valer-se de seu conhecimento da cadeia de suprimentos. “Conhecemos a cadeia de fornecedores no Brasil e acreditamos que podemos selecionar número grande de fornecedores”, disse Barella. O contrato entre a DCNS e a Progen é válido por 24 meses, com possibilidade de ser renovado por outro período. A DCNS terá que fechar a entrega de alguns equipamentos com fornecedores a partir de 2013 e 2014 para não atrasar a execução do programa.

Berthelot disse que o trabalho de nacionalização feito no Prosub em parceria com a Progen poderá ser estendido, no futuro, a outras encomendas da Marinha caso a DCNS venha a ganhar novas licitações. A Marinha tem um programa de construção de navios de superfície que totaliza 11 embarcações, incluindo cinco fragatas. Outro programa da Marinha prevê a substituição do porta-aviões São Paulo, que serviu à Marinha francesa e está no Brasil desde 2000, e o desenvolvimento de um novo projeto de navio-aeródromo no país.

O executivo francês não citou nomes de potenciais fornecedores nacionais para o projeto do submarino uma vez que as discussões são resguardas por cláusulas de confidencialidade. Citou, porém, contrato já assinado pela DCNS com a empresa Atech e que se relaciona com o gerenciamento do sistema de armamento dos submarinos. “A ideia é que, além da transferência de tecnologia para a Marinha, seja feita também a transferência para a Atech “, disse Berthelot.

O executivo concordou com avaliação já feita anteriormente pelo coordenador geral do Prosub na Marinha, almirante de esquadra José Alberto Fragelli, segundo a qual a transferência de tecnologia não se recebe, mas se conquista. “A Progen tem um papel importante nessa conquista da transferência de tecnologia”, disse Berthelot. Segundo ele, nesse processo é preciso muito diálogo entre as partes envolvidas sobre as aplicações e os motivos da tecnologia a ser transferida para os submarinos.

Ele informou que no momento a Marinha e a DCNS estão na fase final da escolha do fornecedor brasileiro responsável pelas baterias que vão equipar os submarinos. Essas baterias serão construídas no Brasil, mas a tecnologia pertence a uma empresa estrangeira. O primeiro submarino convencional está previsto para começar a ser construído em 2013. Já o submarino nuclear vai entrar em fase de definição de projeto a partir de julho, segundo Berthelot.

FONTE: Valor Econômico


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MensagemAssunto: Re: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitimeQua Ago 15, 2012 12:25 am

Relação de alguns países que tem boa quantidade de submarinos em suas forças navais:


*** Rússia: submarinos na Ativa: 47
submarinos em reserva: 13
submarinos com construção planejada: 29



***Coreia do Norte 70 submarinos
***China 66 submarinos

*Japão 21 submarinos

India 16 submarinos

Inglaterra 11 submarinos


França 10 submarinos

Turquia 14 submarinos

E os 4 submarinos convencionais israelenses classe Dolphin ( Type 800 Dolphin class, cosntruídos na Alemanha ) que a revista semanal Jane's Defence Weekly reporta como tendo armas nucleares, e que os inclui como tendo capacidades de "second strike" ( em estratégia nuclear essa capacidade é a habilidade que um país possui de responder a um ataque nuclear em retaliação a um inimigo )?

Leiam neste link:

http://www.veteranstoday.com/2...-on-subs-for-israel/

Muito mais poderosos ( por exemplo ) que os 5 submarinos brasileiros, correto?

A Alemanha, que é grande exportadora de submarinos para vários países do mundo, possui apenas 4 submarinos na ativa de sua Marinha.....

Mas entendamos uma coisa: melhor do que medir a quantidade de meios desse tipo que um país tem, é medir sua capacidade industrial. Veja a Inglaterra, com 11 submarinos em atividade, o que em caso de um conflito real ela poderia por n' água mais meios, fabricar mais unidades e aumentar sua quantidade de unidades operantes. Os EUA por exemplo tbm, com uma Marinha operando 2000 navios, com certeza em pouco tempo ela pode aumentar essa quantidade de meios navais em grande percentual. Lembremos que na segunda guerra mundial a marinha dos EUA construía um navio mercante armado em 7 ou 8 dias.......
Já a India, que tem mais submarinos em operação do que a Inglaterra, apesar de ter um parque industriial naval, depende de fornecimentos externos para se prover de meios. A maior parte de seus submarinos são de origem russa........em caso de conflito, se ela necessitar de mais meios e a Russia barrar, ou algum outro país ( a India tem intenção de aquisição de submarinos com a França...), a quantidade de submarinos fica limitada. A França é outro país que opera poucos submarinos, mas seu parque industrial é pronto para fabricar mais meios........ eles tem a tecnologia.
O Brasil está adquirindo tecnologia francesa para aquisição/construção de submarinos, mas um submarino para operar e bem, em uma guerra, necessita tbm de quantidade de armas, torpedos e mísseis, que se tbm não forem fabricados localmente, vai impor restrições de uso em uma guerra.

Leia nesse link

http://www.naval.com.br/blog/f...todos/#axzz1yg4fVE9H

um pouco da estória do submarino argentino ARA San Luis, que apesar de não ter infligido danos aos ingleses, na guerra das Malvinas, provocou muitas preocpações nesse inimigo e esforços, no sentido de tentar localizar, acompanhar e evitar ataques. Vale entender como 1 unidade apenas é capaz de provocar grande impacto, e imagine-se então em quantidades maiores.

Abs: Marcus Silva
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MensagemAssunto: Re: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitimeQua Ago 15, 2012 12:26 am

Submarino nuclear brasileiro começa a ser desenvolvido em julho de 2012



O projeto básico de engenharia do primeiro submarino nuclear brasileiro começa a ser desenvolvido a partir do dia 9 de julho deste ano, quando o primeiro grupo de engenheiros brasileiros retorna da França.
A etapa está inserida no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha do Brasil (MB), iniciado em setembro de 2011, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, com a construção dos submarinos convencionais da classe Scorpène, de tecnologia francesa, passo inicial para a construção do submarino movido à propulsão nuclear.
Os 26 engenheiros brasileiros permaneceram um ano e meio na França para estudos e o retorno da equipe marca o início da execução do trabalho em solo brasileiro. Um grupo ficará no Rio de Janeiro e outra parte em São Paulo, junto ao Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP), para integrar informações referentes ao projeto de propulsão. O programa faz parte do acordo firmado com a França em 2008, no valor de R$ 6,7 bilhões, que prevê a transferência da tecnologia para o Brasil.
Gerenciado pela coordenadoria-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (Cogesn), o projeto abrange também a construção de um estaleiro, uma base para submarinos, uma unidade fabril para elementos metálicos, a construção de quatro submarinos convencionais, além da construção do primeiro submarino nuclear. O acordo, entretanto, não inclui componentes nucleares, cabendo à Marinha projetar e construir o seu sistema de propulsão nuclear e integrá-lo à plataforma projetada em conjunto com os técnicos franceses.
Iniciado agora, o projeto de engenharia do submarino terminará em 2015. Em 2016 será iniciada a sua construção em Itaguaí-RJ, com término em 2023, para testes de porto e de mar. Em 2025, o submarino entrará em sua fase operacional. Dessa forma, o país entrará para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia da propulsão nuclear. China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia já são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

A reportagem do Cruzeiro do Sul visitou o Centro Experimental Aramar (CEA), em Iperó, em razão da comemoração do aniversário da Sociedade Amigos da Marinha – Soamar Sorocaba, e entrevistou o contra-almirante Luciano Pagano Junior, superintendente do Programa Nuclear do Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP), em São Paulo, sobre os avanços do Programa Nuclear da Marinha (PNM), cujo propósito é dominar a tecnologia necessária ao projeto e construção do submarino com propulsão nuclear.

Alavancando esse processo, duas novas instalações do CEA foram inauguradas recentemente em Aramar: a Unidade Produtora de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), um marco para o país no domínio completo do ciclo do combustível nuclear, e o Centro de Instrução e Adestramento Nuclear Aramar (Ciana), uma espécie de simulador destinado a capacitar os operadores do Laboratório de Geração Núcleoelétrica (Labgene) e as tripulações dos futuros submarinos. Planos futuros da Marinha ainda prevêem que o CEA comporte um Laboratório de Hidrodinâmica (Labhidro) para testes e ensaios da indústria naval.

No mês de maio, a Marinha do Brasil também lançou oficialmente em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) a instalação de cursos de engenharia nuclear em Aramar. A assinatura da cessão da área ocorreu no dia 16, em São Paulo. Instituição de ensino tem planos futuros de implantar grade curricular também na área naval.

FONTE: Nuclep
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MensagemAssunto: Re: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitimeQua Ago 15, 2012 12:28 am

A DEFESA EM DEBATE

Nam et ipsa scientia potestas est

Projeto do Submarino Nuclear Brasileiro:
ciência, tecnologia, cerceamento e soberania nacional

Fernanda Corrêa
Historiadora, estrategista e pesquisadora do
Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense.
fernanda.das.gracas@hotmail.com

Hoje, 6 de julho de 2012, realiza-se no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), a Aula Magna que marca o início do Projeto do Submarino de Propulsão Nuclear Brasileiro. Presentes na cerimônia, o Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, o Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante-de-Esquadra Arthur Pires Ramos, o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante Carlos Passos Bezerril, o Coordenador-Geral do PROSUB, Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli, do Vice-Presidente Executivo da DCNS, Bernard Planchais, e demais autoridades.

O projeto do submarino nuclear brasileiro remonta a década de 1970, durante a gestão de Ernesto Geisel (1974-1979). Coube ao engenheiro nuclear, recém chegado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, CC Othon Luiz Pinheiro da Silva, em março de 1979, pôr em prática o projeto do submarino nuclear brasileiro. Como primeira constatação das dificuldades para viabilizar o projeto, a Marinha do Brasil (MB) chegou a conclusão de que, sem o domínio do ciclo do combustível nuclear, não teria como dar o próximo passo: construir o reator nuclear para propulsão naval.

Em um périplo de, aproximadamente, 20 anos, a MB dominou o ciclo do combustível nuclear e pôde dar início a construção do reator nuclear que será comportado no submarino.

Pergunta: por que o Brasil assinou um Acordo Militar com a França, em 7 de setembro de 2009, para aquisição de submarinos convencionais e nuclear condicionando a compra à transferência de tecnologia estratégica?

Com a aquisição dos submarinos da classe Oberon, a MB aprendeu com os ingleses a operar submarinos. Com a aquisição dos submarinos alemãs modelo IKL, a MB aprendeu a construir submarinos. A partir de então, a maior dificuldade da MB em dominar as etapas no desenvolvimento de submarinos passou a ser a de projetá-los.

Há várias formas de obter tecnologia, seja por desenvolvimento autônomo, importação de cérebros, cooperação tecnológica internacional e transferência de tecnologia.

O Brasil optou por buscar parcerias tecnológicas que estivessem, naquele momento, construindo submarinos convencionais e nucleares. Seguindo um processo de eliminação, restou como opção a Rússia e a França. Neste processo seletivo, a MB analisou as seguintes considerações: capacidade para desenvolver tecnologia própria, emprego de métodos e processos familiarizados com os empregados no Ocidente e de mais fácil absorção pelos técnicos e engenheiros brasileiros, ter fornecedor e ter comprador de material de defesa e, principalmente, contratualmente, aceitar transferir tecnologia de projeto de submarinos convencionais e nucleares. O fato de a França exporta submarinos convencionais da classe scorpène para o Chile, a Malásia e a Índia e, principalmente, aceitar as condições de transferência de tecnologia exigidas pelo Brasil a tornou parceira ideal para a realização dos objetivos políticos e militares brasileiros. E assim, neste contexto, a França, desde 2010, está ensinando técnicos e engenheiros da MB e de empresas brasileiras partícipes a projetar submarinos.

Em 16 de setembro de 2010, na cidade francesa de Lorient, a estatal DCNS inaugurou a Escola de Projeto de Submarinos, construída, especialmente, para cooperar com a MB na absorção de conhecimento científico e tecnológico de projeto de submarinos. Nesta Escola, já estão sendo formados grupos de engenheiros da MB e de empresas brasileiras envolvidas que, retornando ao Brasil, serão responsáveis pela disseminação do conhecimento científico e tecnológico absorvido. Importante ressaltar o valor desta absorção e disseminação do conhecimento na formação de uma comunidade científica altamente qualificada e coesa. A título de comparação e exemplificação, graças a uma comunidade científica semelhante, formada pela MB, no Centro Experimental Aramar, ao longo da década de 1980, que, na década seguinte, ao ser transferida a equipe e o conhecimento lá desenvolvidos, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) puderam absorver este conhecimento e desenvolver e produzir combustível nuclear para os reatores nucleares brasileiros.

O primeiro submarino convencional da classe scorpène já está sendo construído nas instalações da DCNS, em Cherbourg, na França. A expectativa é que, este primeiro submarino tenha sua construção concluída no estaleiro de submarinos, em Itaguaí, município do Rio de Janeiro, o qual também ainda está sendo construído por meio de um consórcio entre a DCNS e a empresa privada brasileira Odebrecht.

O PROSUB é constituído por quatro submarinos convencionais e um nuclear. A principal missão da DCNS é auxilia a MB a projetar o casco resistente do futuro submarino de propulsão nuclear brasileiro, o qual será construído no futuro estaleiro de submarinos, em Itaguaí. Embora a MB esteja, tecnicamente, satisfeita com os seus submarinos modelo IKL, esta força cedeu preferência no fechamento dos contratos com os franceses em função do casco hidrodinâmico do projeto francês derivar do submarino nuclear classe Rubis. Assim, além do modelo do casco do submarino convencional francês se destacar pela relativa facilidade de transição para o nuclear, todos os submarinos da classe Rubis em operação da Marinha francesa empregam tecnologias que são utilizadas nos submarinos nucleares franceses, como o sistema de combate SUBTICS, sensores, armamentos, sistema de controle da plataforma etc, os quais também terão seus conhecimentos absorvidos pelos cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros.

Como mencionado, exceto, o primeiro, os demais submarinos serão construídos no Brasil. A expectativa é que o índice de nacionalização seja elevado. O Ministério da Defesa (MD) abriu concorrência para que empresas nacionais se candidatassem nos itens a ser nacionalizados. Coube à DCNS avaliar e selecionar as empresas que se candidataram e à MB coube acompanhar e supervisionar todo este processo de seleção.

Se por um lado 2009 foi um ano generoso para o setor naval do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), para o setor de saúde que também se beneficia deste Programa não foi. Por acomodação e falta de visão estratégica, o Governo brasileiro sentiu o impacto e as consequências que a dependência e o cerceamento tecnológico nuclear geraram para a sociedade e para os cofres públicos. Neste ano, a empresa canadense MDS Nordion que fornecia tecnécio para os institutos de pesquisas da CNEN, sem aviso prévio e alegando problemas no reator, cortou o suprimento deste radiofármacos. Semanalmente, o IPEN fornece geradores de tecnécio para aproximadamente 300 clínicas e hospitais em todo o Brasil. Além dos poucos países que fornecem este radiofármaco não atender a demanda internacional, o seu preço aumentou em 200%. Como solução paliativa, o Ministério da Saúde resolveu importar o tecnécio da Argentina, da África do Sul e de Israel. Como solução definitiva, o Ministério da Saúde decidiu envolver o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e, em comum acordo, com a Argentina, puseram em prática o plano de construir um reator de pesquisa chamado de multipropósito (RMB), um para cada país.

O arraste tecnológico advindo desta construção, além de beneficiar a medicina nuclear, beneficiará outros setores, como o de engenharia de alimentos, o de energia, a indústria e o setor naval. Sua implantação permitirá agregar pesquisadores de diversas áreas, possibilitando a criação de um núcleo de conhecimento capacitado, integrado e coeso. Foi visando estes benefícios que a MB cedeu parte de seu terreno, ao lado do Centro Experimental Aramar, em Iperó, interior do estado de São Paulo, para que o MCT construísse o RMB. Este reator, além de realizar testes de irradiação de materiais e combustíveis nucleares, tem um caráter estratégico, pois, contribuirá na produção de tecnécio-99, radiofármaco gerado por aceleradores de partículas feitos de molibdênio, metal raro, ultra resistente, que suporta temperaturas elevadas e resiste à corrosão. Como as reservas oficiais de molibdênio são insignificantes, o Brasil é extremamente dependente da importação de produtos gerados a partir deste metal para o suprimento de suas necessidades. Dados de 2007, do Departamento Nacional de Produção Mineral acusaram que as importações brasileiras de molibdênio totalizaram cerca de 10.415 toneladas, o que significou um gasto de US$ 301,64 milhões. Só a China possui três das seis maiores minas de molibdênio do mundo e os EUA detêm as outras três das seis maiores minas em operação. A produção de molibdênio na América Latina se concentra nas minas chilenas e algumas poucas peruanas.

O RMB garantirá a autossuficiência e a independência tecnológica na produção do molibdênio. Além destas questões, há intrinsecamente neste processo uma questão de soberania nacional, a medida que o casco resistente dos submarinos, em especial, os de origem ocidental, são constituídos por uma liga metálica composta por níquel, cobre e molibdênio (HY-80). O casco resistente dos modelos alemãs são mais resistentes do que os dos franceses, a medida que os primeiros são constituídos pela liga metálica HY-100. Isso permite que os submarinos convencionais e nucleares possam mergulhar ainda mais fundo, cumprindo a finalidade de não serem detectados por forças hostis sem comprometer o casco resistente.

Há países, como o Japão, que restringem severamente a exportação de aços que possam ser aplicados com fins militares. Um boicote conjunto de fornecedores internacionais de aços estratégicos significaria o estrangulamento de qualquer programa militar que dependesse da importação destas ligas metálicas. Alguns especialistas afirmam que o Brasil, nas décadas de 1980 e 1990, só assinou os contratos para a aquisição de submarinos modelo IKL mediante o comprometimento alemão em fornecer o molibdênio para a construção dos cascos resistentes dos 4 submarinos convencionais que foram construídos em território brasileiro. Se esta afirmação é verdadeira ou não, o fato é que, a MB se beneficiará demasiadamente com a construção do RMB. Independente de haver o comprometimento da França, neste novo Acordo Militar, o fato é que, ao transferir a tecnologia de projeto, os cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros adaptarão os conhecimentos absorvidos na Escola de Projeto, na França, nos submarinos que serão construídos em território nacional. Isso permitirá, inclusive, que os brasileiros possam escolher as ligas metálicas que melhor atendam aos interesses estratégicos da empreitada, a medida que já existem submarinos utilizando novos tipos de ligas metálicas, com menores custos e com soldabilidade muito superior que os da série HY, permitindo assim, uma redução de até 50% nos custos totais de construção das embarcações navais. As ligas metálicas oriundas da família HSLA-80 são exemplo disso. Nos EUA, por exemplo, já se utiliza este tipo de liga metálica na construção de algumas classes de submarinos.

Percebe-se assim que, não foi a toa que a MB cedeu seu terreno, ao lado de Aramar para que o MCT construísse o RMB, garantindo benefícios científicos e tecnológicos na irradiação de material e combustível nuclear para o reator de propulsão naval e burlando o cerco tecnológico dos países que mantém a estrutura realista do sistema internacional.

A conclusão que se pode chegar com este texto é que, graças a sua participação no RMB, a MB tornará possível o sonho de projetar, construir e operar o submarino nuclear brasileiro, reduzirá as vulnerabilidades científicas e tecnológicas, contribuirá com a consolidação das políticas de cooperação e integração na América do Sul e fortalecerá a soberania do Estado nas águas jurisdicionais brasileiras.

*** Fonte: http://www.defesanet.com.br/prosub/noti ... a-nacional
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MensagemAssunto: Re: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitimeQua Ago 15, 2012 12:29 am

Submarino nuclear brasileiro sairá do papel em 2016



O sol em Cherbourg, litoral da Normandia, na França, anda escasso. Dias nublados, de chuva e vento frio soprando de sudoeste, enganam quem espera o calor do verão. Ainda assim, na sexta-feira, 6, com o termômetro batendo nos 13 graus, houve festa nos estaleiros da DCNS, a Direction des Constructions Navales et Services.

O parceiro francês no programa de construção de quatro avançados submarinos diesel-elétricos e de um outro movido a energia atômica, para a Marinha, festejou com o grupo brasileiro de especialistas em treinamento – cerca de 50 deles – a oficialização da data do início do ProSub – o Projeto do Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro. A cerimônia que marca a contagem do tempo foi realizada no Centro Tecnológico da Marinha, em São Paulo, no campus da USP.

O contrato, incluindo obras civis, vale 6,7 bilhões, cerca de R$ 21 bilhões, um dos três maiores empreendimentos públicos do País. O grupo brasileiro majoritário no empreendimento é a Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT). A contar do dia 6 de julho, a agência de desenvolvimento dos projetos vinculados ao ProSub terá três anos, talvez pouco menos, para produzir a concepção básica do submarino. Segundo o coordenador, almirante José Alberto Accioly Fragelli, “terá início, então, a parte dos planos detalhados, junto com a construção do navio em 2016, no estaleiro que está sendo estruturado em Itaguaí, no Rio”.

A previsão para as etapas de conclusão situam em 2021 ou 2022 a finalização da embarcação. A montagem eletrônica, o carregamento do reator compacto e os testes de mar devem consumir, talvez, mais dois anos. Um almirante ouvido pelo Estado acredita que sob pressão estratégica – uma eventual ameaça externa – o SN-Br pode entrar em operação efetiva em 2023. Se não, é coisa para 2025. O empreendimento, de longo prazo, contempla uma frota de seis submarinos nucleares e 20 convencionais; 15 novos, S-Br, da classe Scorpène e cinco revitalizados. Tudo isso até 2047, conforme o Paemb – Plano de Articulação e de Equipamento da Marinha.

A frota de submarinos de ataque será o principal elemento dissuasivo da Defesa brasileira. Um oficial especializado, que não pode ser identificado, sustenta que “a percepção do agressor deve ser a de que haverá resposta rápida e devastadora a qualquer aventura, vinda de uma fonte difícil de identificar, capaz de surgir em qualquer lugar”. Mais comedido, o comandante da Força, almirante Júlio Moura Neto, lembra a “necessidade de dar prioridade à estratégia do temor das consequências considerados fatores como o Pré-Sal, a posição do Brasil no contexto internacional, a garantia da segurança marítima e a vigilância sobre as águas jurisdicionais, que somam 4,5 milhões de quilômetros quadrados, uma Amazônia no mar”.

Dinheiro garantido. Não está faltando dinheiro para o Pro Sub. Em 2011 o investimento foi de R$ 1,8 bilhão. Para 2012, o governo destinou R$ 2,15 bilhões – recursos livres de cortes. Em Itaguaí, litoral sul do Rio, há 6,3 mil pessoas trabalhando no complexo formado pelo novo estaleiro e nova base de operações – 500 desses funcionários foram treinados no canteiro que recebe este mês a primeira equipe de engenheiros e projetistas da DCNS. Vão trabalhar com o pessoal da Marinha no navio nuclear.

Em novembro terminam as obras da construção da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem), onde serão construídos os submarinos S-Br, com motores diesel-elétricos. Um mês depois, chegam da França as seções 3 e 4 do primeiro navio, que foram juntadas por soldagem de alta tecnologia em Cherbourg, em dezembro de 2011. Em 2015 fica pronto o estaleiro, e em 2017 será entregue o S-Br que abre a série de quatro, recebidos um a cada 18 meses. A gleba do conjunto tem 980 mil metros quadrados, dos quais 750 mil metros quadrados sob a água. Haverá dois píeres de 150 metros e três docas de 170 metros. Base e estaleiro ocuparão 27 prédios. A dragagem mobiliza 6 milhões de metros cúbicos. As especificações dos navios brasileiros ainda estão sendo definidas. O Scorpène Br é cerca de 100 toneladas mais pesado e 5 metros mais longo que a configuração padrão, forma de aumentar a autonomia e o conforto a bordo.

O programa brasileiro não é o único da América do Sul. Na Venezuela, Hugo Chávez negocia com a Rússia a compra de 7 a 11 submarinos – um deles nuclear, o Akula, de 12,7 mil toneladas, armado com torpedos e mísseis. Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner anunciou, em junho de 2010, um programa considerado tecnicamente pouco viável. A ideia é converter a motorização de três velhos modelos de origem alemã, o San Juan, o Santa Cruz e o Domec, dos anos 1970, concluídos no início dos 1980, atualmente em fase de revitalização. Todos receberiam um reator de concepção local, o Carem, desconhecido fora da Invap, empresa que teria criado o produto. Um dos navios modernizados estaria pronto para uso em 2015, outro em 2020. O terceiro ficaria dependente dos resultados apurados no procedimento.

FONTE: O Estado de São Paulo
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MensagemAssunto: Re: Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos   Novo estaleiro no RJ para fabricação de submarinos Icon_minitime

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