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| | OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F | |
| | Autor | Mensagem |
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Marcus Silva
Mensagens : 1242 Data de inscrição : 04/04/2011
| Assunto: OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F Qua Out 31, 2012 11:15 pm | |
| OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F Os submersíveis da classe F (Foca) - F1, F3 e F5, foram idealizados pelo engenheiro Cesare Laurenti, e construídos no estaleiro Fiat-San Giorgio, Torino-Spezia, Itália, sendo entregues às autoridades brasileiras nos anos de 1913 e 1914, em cumprimento ao Programa de Construção Naval de 1904, de autoria do então Ministro da Marinha Júlio Cesar de Noronha, que previa a aquisição de três submersíveis. Os nossos classe F prestaram inestimáveis serviços à Marinha, ao longo dos vinte anos de serviço ativo. Ao longo de sua existência foram usados, basicamente, para adestramento da tripulação, além da manutenção dos seus equipamentos. A sua contribuição maior, além da iniciação à arte submarinista no Brasil, foi o insubstituível e inquebrantável espírito de classe a que deram origem, congregando os seus orgulhosos e abnegados filhos numa família rica em tradições. Os submersíveis classe F foram usados, basicamente, para adestramento da tripulação, além da manutenção dos seus equipamentos.
Esses submersíveis operavam, na maioria das vezes, no interior da baía de Guanabara. Todavia, as comissões em flotilha eram realizadas, amiúde, na baia da Ilha Grande e nas áreas de Cabo frio e de São Sebastião, sempre com o apoio de navio de superfície (além do Tender Ceará, o Tender Cuiabá, a Torpedeira Goyaz, e o Rebocador Laurindo Pita). O único porto visitado pelos nossos submersíveis, de que se tem notícia, foi o de Santos. Em 1914 foi instituído o Prêmio Independência, oferecido pelo Capitão Tenente Lemos Basto, ao navio que maior número de acertos obtivesse no lançamento de torpedos, de acordo com o regulamento para tal criado. O troféu alusivo, um brasão em prata de lei, decora hoje a galeria de peças históricas do edifício Almirante Felinto Perry, sede do Comando da Força de Submarinos. Nele, seriam inscritos os nomes dos submersíveis que a cada ano vencessem a prova. O F-5 tornou-se o tradicional vencedor, ganhando-o por cinco vezes. A tradição desportista de nossos submarinistas e mergulhadores remonta à época da Flotilha de Submersíveis (chamada a primitiva, pelo velho Lucas, dispenseiro do F-3 e diretor do "Flor do Abacate"), inicialmente constituída pelos submersíveis classe F, quando seu pessoal brilhava nas competições e regatas nas quais tomavam parte. Apoteótica, podemos dizer, foi a vitória conquistada em 1922, na regata comemorativa do centenário da Independência, pelo escaler a quatro remos, guarnecida pelos oficiais da Flotilha Attila Aché, Viana Sá, Armando Belford, Fernando Cochrane e Renato Guillobel, em disputa contra representantes de diversos países. Aos cascos inermes e sem vida daqueles submersíveis, reservou-lhes o destino a função de alicerçar os pilares da ponte de escaleres da Escola Naval, esta, transferida, em 1938, da ilha das Enxadas para a Ilha de Villegagnon. Hoje, o Museu Naval e Oceanográfico da Marinha ostenta, em seu acervo, um belíssimo modelo, em escala, de submersível da classe F, com riqueza de detalhes de convés e de acessórios de casco. ________________________________________ Principais características dos submersíveis da classe F comprimento - 45,15 mts boca - 4,20 mts calado - 3 mts deslocamento - 250/370 tons altura da borda livre - 1,15 mts velocidades máximas (sup/imer) - 14,8/9 nós raio de ação (superfície) - 1.685 milhas a 8,5 nós raio de ação em imersão - 100 milhas a 4,5 nós profundidade de teste - 40 mts tripulação - 23 homens (dos quais 2 eram oficiais) ________________________________________ O arranjo da propulsão era do tipo diesel-elétrico. Possuíam 2 eixos (2 x 3 pás), 2 motores diesel (325 HP, 2 tempos, 6 cilindros cada), 2 motores elétricos (260 HP cada) e bateria de acumuladores com 240 elementos dividida em quatro seções, sendo a capacidade total das baterias de 2.000 AH, na reite de descarga de 10 horas. O sistema de governo era composto de um leme vertical duplo, manobrado, manualmente, de 3 estações distintas, e 2 pares de lemes horizontais, disparados, operados e recolhidos também manualmente. O armamento consistia de 2 tubos de lançamento avante, de 18 polegadas, para uma dotação de 4 torpedos Whitehead, disparados a ar comprimido. Possuíam dois periscópios do tipo Galileu, construídos em Florença, ambos recolhíveis de um metro, e com escala telemétrica e graduações azimutais. O de vante, 6 mts de altura, do tipo combinado(monocular e panorâmico) com aumento de 1,25x e campo de visão de 50 graus; o de ré, 5,60 de altura (monocular, de visão direta), com aumento de 2x e campo de visão de 30 graus. A estação radiotelegráfica, do tipo Marconi, possuía transmissor de 0,5 KW de potência, com alcance de 30 milhas. A estação de sinais submarinos era composta de um sino pneumático-tranmissor, e de 4 fones receptores. Os navios possuíam quilha de lastro de chumbo(quilha de segurança), 4 tanques de lastro (46 tons cada), um tanque de compensação(4,8 tons), 2 tanques de trimagem(0,8 tons cada), 2 tanques de óleo combustível, internos ao de óleo combustível líquido (11 tons), 2 tanques de óleo lubrificante(0,98 tons cada), um tanque de compensação de torpedos(1,8 tons) e 2 de compensação de torpedos de reserva(0,65 tons cada). ***Fonte: SDGM | |
| | | Marcus Silva
Mensagens : 1242 Data de inscrição : 04/04/2011
| Assunto: Re: OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F Qua Out 31, 2012 11:19 pm | |
| Os tres primeiros submarinos brasileiros foram os F-1, F-3 e F-5. Em 1929 o Comando era denominado Flotilha de Submarinos e recebeu a adição do Submarino-de-Esquadra "Humayta". Mas já em 1917 esta flotilha tinha incorporado o Tender "Ceará", um navio de apoio. O "Humaytá", de origem italiana, era da classe Balila, deslocava 1450 toneladas padrão, e 86.71 m de comprimento, 7.77 m de boca e 4.26 m de calado. Foto do "Humaytá" | |
| | | Marcus Silva
Mensagens : 1242 Data de inscrição : 04/04/2011
| Assunto: Re: OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F Qua Out 31, 2012 11:31 pm | |
| Em 1933 a classe "F" foi desativada, extinguindo-se a Flotilha, mas o Tender "Ceará" e o submarino "Humayta" permaneceram na Ativa, do que em 1937, a Marinha do Brasil incorporou mais 3 submarinos italianos ( construídos em La Spezia ), desta vez denominados classse "T" ( classe Perla ), do que se reorganizou o organograma da MB, passando novamente a denominar o Comando como Flotilha de Submarinos: - Tupy, Tamoyo e Tymbira Foto do Tamoio: Estas nomenclaturas com a letra "Y" aparecem em algums referencias escritas, mas algumas fotos dos navios mostram os mesmos com as letras de seus nomes com "I", mas isso talvez se deva ao ano da adoção de cada regra da língua portuguesa............ Seriam estes os terceiros tipos até então incorporados em nossa Marinha, nada constando até esse ano, de 1937, submarinos de outras origens que não os da Itália. Navio-Tender se destina a prestar apoio a outros navios, abastecendo-os, reparando-os, etc. No caso do "Ceará", incorporado a MB em 1917, foi desativado em 1946, ele tinha até características de doca, possuía casco duplo, um externo de aço comum, e outro interno com forma cilíndrica de aço de alta tensão. O casco interno, ou doca, possuía 20 picadeiros fixos e 2 moveis. A porta da doca tinha forma quase esférica e era atracada por quatro macacos e oito atracadores. Quando a manobra era de docagem ou transporte de submarinos, a porta era colocada pelo lado de fora, quando era de teste de pressão do casco dos submarinos era colocada pelo lado de dentro, em função do lado em que era aplicada a pressão. Possuía quatro compartimentos estanques, sendo dois alagáveis. A doca era equipada com olhais de manobra de docagem dos submarinos, e pranchas de madeira em todo seu comprimento, podendo ser alagada por oito válvulas de fundo ou por duas bombas de esgoto. Com sua função de oficina, o "Ceará" foi especialmente construído para apoiar os nossos submarinos da classe Foca, e tinha como principais finalidades: - Alojar oficiais e guarnição de uma força de até 6 submarinos classe Foca; - Fornecer água doce e destilada, ar comprimido, energia elétrica, mantimentos e efetuar reparos de pequena monta em suas oficinas; - Poder abastecer, 4 vezes, os depósitos de combustível de três submarinos de 385 toneladas ou três vezes os submarinos de 580 toneladas; - Poder, se necessário, substituir metade das baterias de cada um dos dois tipos de submarinos; - Manter a bordo todos os torpedos de serviço e sobressalentes dos navios da Força, para conservação; - Servir de escola para os maquinistas, pois os motores principais e auxiliares eram iguais aos instalados nos submarinos; - Servir como navio de salvamento; - Servir como dique flutuante para os submarinos; - Executar teste hidráulico de imersão nos submarinos; - Servir como transporte de submarinos. Então, no caso do "Ceará" o sentido da definição "Tender" era bem amplo. | |
| | | Marcus Silva
Mensagens : 1242 Data de inscrição : 04/04/2011
| Assunto: Re: OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F Qua Out 31, 2012 11:39 pm | |
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| | | Marcus Silva
Mensagens : 1242 Data de inscrição : 04/04/2011
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| Assunto: Re: OS SUBMERSÍVEIS CLASSE F | |
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