Correção ao uso do termo “couraçado”.
Couraçado, à luz da terminologia naval padrão refere-se a qualquer navio com couraça, podendo ser um monitor, cruzador, etcs, qualquer navio protegido com aço em excesso as chapas de aço padrão nele utilizadas. Usam em inglês o termo por exemplo de “protected cruiser” aos cruzadores cujos conveses couraçados protegiam a região vital das máquinas do navio, e que eram uma opção alternativa aos “armored cruisers” que possuiam um cinturão de couraça a mais composto por ferro, ou aço em anos posteriores, com armadura protegendo os espaços vitais de máquinas e mais uma proteção lateral e sob o convés principal para proteção dos bunkers de carvão. Mais exemplo de couraça temos no monitor “Parnaíba” da Marinha do Brasil, que tem blindagem composta por couraça de 3 polegadas ao longo da praça de máquinas e caldeiras.
O termo naval apropriado para definir os navios de linha de grande porte, como o “Minas Geraes” e também “São Paulo” seria “Encouraçado”, que deriva do termo em inglês “Battleship” com definição básica em inglês na forma ” battleship is a large armored warship with a main battery consisting of large caliber guns”, ou “encouraçado é um grande navio com couraça dotado de canhôes de grosso calibre que compôem sua bateria principal”.
O termo “encouraçado” é utilizado também em nomenclatura padrão naval para denominar partes de navios, por exemplo, na definição de Torreão de comando – Abrigo encouraçado dos navios de guerra de
grande porte, situado em posição tal que de seu interior se domine com a vista um
grande campo no horizonte; é destinado ao comandante e também pode ser
denominado torre de comando.
Em um navio de guerra, o convés que é protegido por couraça é chamado,
para fins técnicos, convés balístico. Se houver dois destes conveses, o de
chapeamento mais grosso, que é o mais elevado, será chamado convés encouraçado,
e o outro será o convés protegido, além de seus nomes ordinários.
E por definição o navio encouraçado, temos: “Até a Segunda Guerra Mundial, o encouraçado era considerado
o navio mais poderoso, reunindo máximo poder ofensivo e defensivo. Em ações da
esquadra, ele permanecia na linha de batalha atacando os maiores navios do inimigo
com tiros de canhão de grosso calibre, apoiado por cruzadores, porta-aviões e
contratorpedeiros”
A terminolgia naval padrão não comporta o termo “couraçado” como tipo de navio, mas apenas como qualidade ou característica, conforme citado anteriormente. Apesar de haver utilização do termo “couraçado” em sites como Wikipédia, a base para uso destas é feita em desacordo com terminologia padrão, toda alusão a navio como sendo “couraçado” é incorreta.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coura%C3%A7adoTranscreve-se adiante parte de texto de referência naval, onde se cita o termo "couraça": "Nos navios de guerra de grande porte, este compartimento fica abaixo da linha d’água
e é protegido por couraça; nos navios de guerra menores, o servomotor é
também localizado abaixo do convés, e muitas vezes situado num recesso da
antepara de ré da praça de máquinas."
E sobre encouraçados, ainda se cita o texto: " O encouraçado é, em síntese, uma plataforma
flutuante e móvel de canhões de grosso calibre e longo alcance. É fortemente protegido
por couraça e por uma compartimentagem especial e também dispõe de armamento
defensivo constituído por numerosos canhões e armas automáticas de menor calibre.
A couraça constitui a principal proteção contra tiros de canhão.
A espessura da couraça varia nas diferentes partes do casco, devendo a espessura
máxima ser aproximadamente igual ao calibre dos canhões dos navios semelhantes
de outras nações. Considera-se que a couraça deve resistir à penetração dos projéteis
de calibre igual a sua espessura, quando lançados das distâncias usuais de tiro."
Sobre a grafia do nome do encouraçado "Minas Geraes", com a letra "E" em " Geraes", quando o navio recebeu a sua designação de nome, a ortografia correta era "Minas Geraes", depois mudou para "Minas Gerais". No Brasil Minas Gerais é um estado, então o nome do estado era também grafado como "Minas Geraes" e posteriormente foi alterado para "Minas Gerais", sendo que o nome do navio acompanhou o do estado, e também na sua alteração.